sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

ENTREVISTA: MIKE WEVANNE

Saudações joviais!

Vamos lá, com a intensão de apresentar a nossa equipe (como puderam conferir neste post) estamos publicando mais uma entrevista e desta vez, as respostas são de Mike Wevanne, que escreve e faz a vez de editor do nosso selo.

Sem embromação, segue:

>>>


PF: quem é você?

MWXS: cearense de Fortaleza, 35 anos. Fã de ficção noir e de terror, jogador de RPG e videogames antigos (alô anos 90!).

PF: nos conte como você conheceu as histórias em quadrinhos.

MWXS: o primeiro contato que eu tive com HQs foi quando herdei umas revistinhas de um tio que faleceu ainda na adolescência (dele, não minha). Infelizmente a minha idade ainda não alcançava dois dígitos e as revistas não duraram muito, mas foi quando tive contato com os Super Heróis Marvel e aquelas saudosas revistinhas Heróis da TV (especialmente a fase com personagens tokusatsu) e Pequeno Ninja. Algum tempo depois, já no começo da adolescência, eu passava pela banca que tinha no meio do caminho entre a escola e minha casa e adquiri minha primeira HQ por conta própria: a edição 121 de Hulk (1993, editora Abril), durante a saga Atos de Vingança. Posteriormente eu conheci e colecionei as revistas do Wolverine e do Superboy (o clone, não a versão jovem do Superman), acompanhando as histórias desses personagens durante o resto da década de 90.

PF: quando e como você começou a escrever HQs?

MWXS: na infância eu fiz o que muitas crianças fizeram: brinquei de fazer as próprias histórias em quadrinhos e criar meus próprios personagens. Foi quando aprendi a rabiscar, mas durante a adolescência e parte da vida adulta deixei essa atividade em segundo plano, principalmente depois que descobri os RPGs, que supriram minha imaginação durante bons anos. Já na vida adulta, com a habilidade enferrujada para desenhar, eu resolvi começar a escrever. Ficção fantástica foi um caminho natural, então tenho seguido por aí. Mas a vontade de fazer quadrinhos ainda existia, mesmo que eu achasse minha capacidade insuficiente, então acabei deixando de lado novamente. Foi quando conheci o Evaristo Ramos e a possibilidade efetiva para produzir uma HQ, resultando em muita troca de ideias e nas primeiras páginas de A Balada do Calibre 38.

PF: quais são as suas principais inspirações?

MWXS: da literatura, Edgar Allan Poe, Robert E. Howard, F. Scott Fitzgerald, David Goodis. Das histórias em quadrinhos, Warren Ellis, J. Michael Straczynski e os trabalhos do Alan Moore e do Neil Gaiman pro o selo Vertigo. O estilo noir é algo que me fascina, assim como o tema sobrenatural, então o meu trabalho acaba sendo o resultado do amálgama e da experiência de ter lido todos esses grandes escritores enquanto tento construir minha própria identidade como autor.

PF: em que projetos você já participou?

MWXS: embora tenha me metido em diversas tentativas frustradas voltadas para a criação de grupos organizados de jogadores de RPG e escritores de ficção fantástica, colaborei com o grupo RPG Pará há alguns anos e atualmente estou atuando como editor do selo Peregrinos Ficções. Embora a idade tenha me tornado um rezingão desacreditado desses tipos de iniciativas, eu estou sempre disposto a trocar ideias e experiências com quem demonstra interesse sincero para engrandecer esses nichos nos cenários locais (e não apenas a si mesmos, como infelizmente é o que acontece na maioria das vezes).

PF: como é o seu processo de produção?

MWXS: bom… Embora eu tenha certa formação voltada à gestão e conhecimentos metodológicos, também tenho que lidar com um problema semi-patológico de falta de concentração, e isso dificulta MUITO as coisas. Atualmente para escrever eu costumo preparar um resumo da história, um apanhado geral do que acontece nela, do início ao fim, num único parágrafo. Depois escrevo um esboço maior onde cada parágrafo conta o que acontece em cada capítulo ou cena. Então finalmente eu passo pro texto final. Apesar de parecer um processo cadenciado, muitas vezes eu vou adicionando elementos ao resumo ou ao esboço, desenvolvendo o texto conforme as ideias forem surgindo e a história necessitar.

Já na produção de HQs que estamos desenvolvendo no Peregrinos Ficções, passamos por um trabalho suado de erros e acertos. Dividimos as tarefas em etapas (roteiro, rafe, lápis, arte-final, letras) e cada uma dessas etapas passa por uma avaliação beta para ajustes e correções, então o que o leitor vê acaba sendo a segunda ou terceira versão do nosso trabalho.

PF: quais são as suas expectativas em relação ao selo Peregrinos?

MWXS: principalmente usar o projeto como uma oficina. Tanto para o aprendizado quanto para a produção e publicação de material. Inicialmente estamos voltados para as histórias em quadrinhos, mas dependendo do nosso desempenho ao cumprir os prazos previstos, poderemos produzir mais conteúdos, como contos ilustrados.

PF: existem outros projetos pro futuro, além do selo?

MWXS: eu tenho algumas séries de ficção fantástica para apresentar e desenvolver, envolvendo o estilo noir e o tema sobrenatural, separadamente ou misturados… Tudo vai acabar sendo publicado no meu blog OS CONTOS DE ÓCULOS ou no meu perfil no Wattpad. O vislumbre de um desses universos pode ser conferido em O BLUES DE NOVA BABEL, que já está nessas plataformas.

A mão de desenhar ainda coça para eu produzir uma HQ própria, então é uma ideia que me ocorre. Estou planejando trabalhar num fanzine onde eu publicarei tanto contos quanto histórias em quadrinhos, já para o começo de 2020… Se as Musas me favorecerem, em janeiro terei novidades nesse sentido.

PF: algum recadinho final para a posteridade?

MWXS: para quem quer escrever, além de escrever, leia bastante também! Adquira experiências de leitura, de escrita e de vida, não caia na armadilha de que sua habilidade e intuição lhe bastam, sempre há algo para aprender, algo para descobrir. E deixar essa porta aberta trará algo positivo para o seu trabalho!

Para os leitores: espero que os materiais que estamos apresentando estejam sendo uma boa experiência! Peço que sempre deixem um comentário, seja um elogio ou crítica, para que possamos melhorar a cada página. E se o material merecer, compartilhem com os amigos, também!

Bons ventos!

>>>

É isso!

Agradecemos a companhia de quem nos lê!

>>>

sábado, 30 de novembro de 2019

A BALADA DO CALIBRE 38 #1 PARTE 4: NO NINHO DOS URUBUS

Saudações joviais!

Eis que lançamos mais um ato da nossa primeira história de A BALADA DO CALIBRE 38! As páginas 13–16 já estão disponíveis para leitura no Tapas!

A Balada do Calibre 38 é uma história de crime/policial que mostra os passos do investigador Félix Vargas durante um caso de assassinato num bairro de periferia da cidade de Dois Rios. A HQ conta com o roteiro de Mike Wevanne e ilustrações de Evaristo Ramos.


Neste capítulo, os agentes Vargas e Garcês seguem sua investigação para encontrar os urubus que assassinaram um jovem no Bairro do Brejo e acabam encontrando problemas.

Lembrando que a HQ também está disponível no Wattpad, para quem preferir.

No mais, agradecemos a paciência por esperar nossas páginas! Não esqueçam de deixar um comentário apontando o que gostaram ou não, quaisquer notas são úteis para irmos vendo onde estamos acertando ou errando! E se o material valer, deem uma curtida e compartilhem com os amigos!

Estou ansioso pra realizar o final dessa história se aproximando, com as vindouras quatro páginas restantes!

Bons ventos!

MWXS

>>>

domingo, 27 de outubro de 2019

AS SOMBRAS SOBRE DOIS RIOS: NOVA SÉRIE EM BREVE!

Saudações joviais!

Final do ano se aproximando com a velocidade de um trem bala (se bobearmos ele atropela a gente) e nós estamos aqui batendo cabeça para dar luz a novos projetos e torná-los realidade. Eu jogo umas ideias daqui e o EDR, que não tem juízo, vai topando...

Já tem um tempo que eu (também conhecido como Mike Wevanne) e o Evaristo Ramos vinhamos discutindo sobre a necessidade de uma série com periodicidade mensal. Infelizmente não conseguimos fazer isso com A Balada do Calibre 38 devido a estrutura de produção que estamos utilizando e não é viável alterar isso sem que a qualidade da história seja afetada. A resposta estava numa nova HQ, com edição mais solta, para agilizar os processos de produção e garantir um prazo mais apertado.

Mais alguns meses mastigando a ideia e trocando figurinhas sobre o andamento das coisas, chegamos em As Sombras sobre Dois Rios, que apesar de se passar na mesma Dois Rios de A Balada do Calibre 38, levará o leitor para os tempos do Brasil Regencial, sob uma lente de espada & feitiçaria.

O início da publicação está previsto para janeiro do ano que vem (2020), que deve ser acompanhada de algumas outras novidades que ainda serão anunciadas aqui no blog!

Cabe avisar que a produção de A Balada do Calibre 38 vai seguir normalmente.

Sem mais, segue a sinopse da nossa vindoura nova HQ:

>>>

AS SOMBRAS SOBRE DOIS RIOS
Edição e roteiro: Mike Wevanne
Ilustrações: Evaristo Ramos

A mata do Brejo é um território hostil. Nas cercanias da vila de Dois Rios, a região é disputada por indígenas, usada como rota de fuga por escravos fugitivos e como refúgio por criminosos. O marujo Gabriel Melo e o índio Kaike são proscritos de seus próprios mundos, estabelecendo uma aliança para garantir a única coisa que lhes restou: a sobrevivência! "As sombras sobre Dois Rios" contará a história destes dois homens, passada nos tempos do Brasil Regência num clima de Espada e Feitiçaria, unidos para lutar contra inimigos mortais… E alguns imortais!

>>>

Abaixo seguem alguns estudos feitos pelo ilustrador, Evaristo Ramos.

Ilustrações: Evaristo Ramos

Ilustraões: Evaristo Ramos

Aos leitores que nos acompanham, tenham um cadinho (mais) de paciência que a demora do lado de cá sempre está relacionada com cuidado em relação à qualidade do produto final, dentre o que está ao nosso alcance realizar com os recursos (de material e tempo) disponíveis.

Sem mais, em breve volto aqui para contar mais algumas novidades.

Bons ventos!

MWXS

>>>

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

ENTREVISTAS PEREGRINAS - EVARISTO RAMOS

Nesta postagem trazemos uma entrevista com Evaristo Ramos, o desenhista de A Balada do Calibre 38 e da vindoura nova série de história em quadrinhos do Peregrinos Ficções, As sombras sobre Dois Rios (novidades em breve). O objetivo aqui é apresentar nossa equipe, "quem somos nós na fila do pão", o que já fizemos, o que estamos fazendo e dar vislumbres do que queremos fazer.

Então, sem mais enrolação, segue o baile!

>>>


PF: quem é você?

EDR: me chamo Evaristo Ramos, sou um paraense de 28 anos que desenha desde que se entende por gente e mora numa cidadezinha escondida no interior.

PF: conte-nos como você conheceu o mundo das histórias em quadrinhos.

EDR: Foi com O Fantasma.

Eu não tenho certeza, mas na época a gente morava no Maranhão e a mamãe sempre gostou de ler quadrinhos e aqueles romances de banca, então tenho essa lembrança dela folheando as páginas do Fantasma e lendo os balões para mim. Depois eu vi Tex, mas esse eu apenas via os desenhos mesmo, já que não sabia ler. E dai veio Turma da Mônica. Conheci os quadrinhos assim, mas até então era só leitura mesmo, sabe?

A paixão veio depois, a gente já estava morando no Pará de novo, numa invasão, daí numa bela manhã eu achei uma edição do Homem-Aranha jogada no matagal na beira da rua, peguei e levei para casa e foi o primeiro quadrinho de super-herói que li e ai eu me apaixonei de verdade por quadrinhos. Até hoje eu queria achar essa revista de novo, mas não lembro o número.

Mas meu herói favorito é o Superman.


PF: quando e como você começou a desenhar?

EDR: bom, desenhar, desenhar, eu sempre desenhei, como toda criança, mas o fogo acendeu mesmo depois que vi Akira, mas especificamente a cena em que o Tetsuo tá botando as tripas para fora naquela cena em que ele tá alucinando, lembra?

Rapaz, lembro benzinho disso... Era festa de aniversário da invasão (que na ocasião já não era mais invasão) e o papai era um dos convidados porque ele doou o bolo pro pessoal, então ele levou a gente e eu fiquei num espaço próprio para as crianças, ficava bem atrás do local onde o DJ tava controlando o som. Lá tinha uma telinha e tava passando Akira, vi tudo de lá, para mim foi mágico, na hora eu esqueci que queria ser médico e queria fazer desenhos igual aqueles que tavam ali na telinha.

Depois eu conheci os mangás e aqueles quadros dinâmicos e aquela leitura rápida me deixou doido, de uma forma ou outra eu queria fazer aquilo.

Daí em diante eu não parei mais, ficava rabiscando, copiando e copiando, até que achei um encarte de um curso de mangá e ai comecei minha jornada de querer fazer quadrinhos até o fim da vida.


PF: quais foram e quais são as suas principais inspirações?

EDR: eu tenho um monte de inspirações, vai desde de artistas estrangeiros a nacionais, mas faz um tempo que eu fiz uma lista dos artistas que realmente me inspiram, aqueles que me deram a base, que de alguma forma me marcaram e que sempre me vêm à mente quando estou em uma enrascada com alguma página, são esses: Moebius, Katsuhiro Otomo, o Romitinha, Masashi Kishimoto, Will Eisner e o meu salvador, Harold Sakuishi.

PF: que projetos você já produziu ou participou?

EDR: aqui na minha cidade eu fui professor de desenho num projeto chamado Escola de Portas Abertas, também produzi um fanzine com uns amigos e vendemos na feira da escola, foi bacana porque eu vendi para professores da capital, mas a edição foi horrível, cheia de erros ortográficos.

Eu também trabalhei com o Vagner Francisco em Desmortos, foi a primeira parceria que fiz com um roteirista. Infelizmente o Desmortos não teve seu fim. Entre os meus projetos tem o Paralelos, série de quadrinhos curtos intimistas e cotidianos, atualmente em hiato. Também tenho um chamado Fale agora ou se arrependa para sempre, publicado no Tapas. Participei de um projeto que durou pouco tempo, mas foi onde conheci o Mike Wevanne e iniciamos o A Balada do Calibre 38. Também trabalhei com o Andy Corsant em Banidos, um spin-off de Hana-O.

PF: como é seu processo de produção?

EDR: quando trabalho sozinho o negócio é meio caótico, geralmente vou jogando tudo num papel e depois vou desembaralhando e organizando, embora eu tenha feito um esquema mais organizado recentemente, pois ando passando por uns perrengues e para não deixar a situação ficar pior, fiz isso. Quando vou desenhar faço um rascunho bem solto e na mesa de luz já passo o nanquim. Vez ou outra eu faço um roteiro escrito no PC, mas é algo raro.

Em BdC38 a coisa é mais organizada, embora eu pule algumas etapas (o que deixa o Mike puto, hahaha!), tem o roteiro, depois storyboard, uns estudos antes de começar a desenhar as páginas, depois tem o trabalho de editor do Mike, em que ele aponta os erros e acertos, fazemos as correções, depois a arte-final no PC e o restante é com o Mike.

Agora sobre horários, bom, não tem nada sistemático aqui, tem dias que não desenho, fico só pensando e brincando com meus cachorros, mas geralmente é de segunda a segunda, varando a madrugada desenhando.


PF: o que é o Peregrinos Ficções e quais são suas expectativas em relação ao selo?

EDR: eu não sei te dizer o que é o Peregrinos em si, mas posso dizer que sou muito grato por está acolhido por essa ideia, o que eu já melhorei como autor só nesse pouco tempo trabalhando com o Mike é incrível, sabe? Então minhas expectativas são de que iremos fazer ótimos trabalhos e de que o selo e nós, como autores, cresçamos juntos.

E que a gente ganhe uns trocados pro café.


PF: além do Peregrinos, existem outros projetos pro futuro?

EDR: sim.

Atualmente eu estou escrevendo um roteiro pro Andy Corsant desenhar e estou em um projeto com o Pensador Louco, do podcast O Teatro Escuro do Pensador Louco. Também pretendo terminar um quadrinho que comecei lá no inicio do Paralelos, o Terminal Nova Vida.

Tenho vontade de fazer um quadrinho impresso, tipo fanzine mesmo, mas isso é mais para frente, nada para esse ano.


PF: você quer deixar algum recado final para posterioridade?

EDR: primeiramente eu agradeço a quem tenha lido esta entrevista até aqui e por acompanharem a gente. Obrigado mesmo.

Bom, o que eu quero dizer é que nós (desculpe falar por ti, Mike) vamos fazer o melhor para oferecer sempre obras de qualidade para você, por isso dê uma chance e nos acompanhe, comente, falando do que gostou e do que não gostou e faça parte dessa jornada com a gente.

É isso, obrigado mais uma vez e inté.

>>>

Valeu, EDR! No mais, quem quiser acompanhar o que o Evaristo tem aprontado, pode visitar o blog dele através deste link.

Bons ventos.

MWXS

>>>

quinta-feira, 4 de abril de 2019

A BALADA DO CALIBRE 38 - NÚMERO 1 PARTE 3 - MÃE VINGATIVA

Saudações joviais!

Mais 4 páginas da primeira edição de A BALADA DO CALIBRE 38 saindo do forno!

Capa: Evaristo Ramos e Mike Wevanne

Ok... Na verdade já tem umas semanas que as páginas saíram no Tapas (leia aqui) e no Wattpad (aqui) e estou fazendo este post atrasado. Mas é como dizem, antes tarde do que mais tarde, certo?

No mais, vale o pedido de sempre: comentários com críticas apontando erros e acertos são muito bem vindos, curtidas e compartilhamentos com os camaradas são mais bem vindos ainda!

A BALADA DO CALIBRE 38 é uma HQ com roteiro e edição de Mike Wevanne (it's me, Mario!) e ilustrações de Evaristo Ramos, contando os dias de Félix Vargas e Paulo Garcês, dois investigadores da Urbana, empresa encarregada do papel de Polícia Civil na cidade de Dois Rios.

Bons ventos!

MWXS

>>>